sábado, 28 de agosto de 2010

Bignay - Antidesma bunius

Bignay - Outubro 2009
Depois de mais um ano no exterior, o Bignay (Antidesma bunius) está completamente recuperado dos rigores do inverno.

Sofre bastante com o frio, perdendo quase todas as folhas e ramas mais finas, mesmo com temperaturas sempre positivas. No entanto, assim que chega a Primavera rebrota e no Verão dá flores e recupera o que perdeu no Inverno, como se pode ver na fotografia à esquerda de Agosto 2010.

Vão ser precisos mais uns invernos para poder tirar conclusões definitivas, mas para já os prospectos são bons. Para já da para comparar o seu estado no final do Verão de 2009 com o estado actual...


Bignay- Agosto 2010




Mamey - Pouteria sapota


Outubro 2009

Este mamey foi plantado no início de 2009, germinado directamente no local. É a única semente que germinou de um lote de 25, importadas do Belize.

A fotografia da esquerda é de Outubro de 2009 e menos de um ano depois, em Agosto 2010, já tem o porte de uma pequena árvore.

O seu crescimento na estufa é bastante vigoroso e foi pouco afectado pelo inverno. Era suposto perder as folhas mas tal não ocorreu, tendo apenas as folhas junto à base secado.

Apesar do crescimento estar a ser mais rápido que o esperado é expectável que demore muitos anos até surgirem as primeiras flores. E quando tal acontecer, caso  vinguem, os frutos irão demorar cerca de 18 meses a desenvolver-se e até estarem maduros. É uma fruta que exige paciência...

Mamey - Agosto 2010
A alternativa é obter uma árvore enxertada das Canárias, que é o local mais próximo onde esta frutífera exótica pode ser encontrada a frutificar no exterior.

Canistel - Pouteria campechiana

Canistel - Agosto 2010
O Canistel (Pouteria campechiana) é uma fruta exótica, parente próxima da lúcuma (Pouteria obovata), a qual já tem aparecido à venda nos viveiros do país.

No exterior e no clima do Algarve, o canistel cresce lentamente mas é uma planta suficientemente rústica para sobreviver o inverno sem perder mais que as folhas. O exemplar da fotografia à direita tem dois anos meio de plantado no solo e deu as primeiras flores este ano. Há pois bons indícios que um dia irá poderá dar frutos.
Canistel (estufa) Dezembo 2009

Já os exemplares plantados na estufa, crescem de forma bastante vigorosa e um deles deu um fruto na primeira floração, ocorrida no ano passado. 

Como se pode comprovar na fotografia da direita, tirada em Dezembro de 2009, o fruto tem um formato algo estranho. Amadureceu em Março de 2010 e a polpa de uma amarelo intenso é deliciosa em batidos. Foi assim que foi consumida e ficou definitivamente aprovada.
Outubro 2009

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Uma supresa no sapote branco...

Em boa verdade, não..., pois fui eu próprio que coloquei este belo camaleão neste sapote branco...

Eram umas 10h da manhã e já estava bastante calor. Talvez por isso, o camaleão andava pelo chão com uma pressa danada. Eu nem sabia que podiam "correr"... Como gosto muito destes bichos, apanhei-o com o receio de o pisar caso ele continuasse a andar ali pelo chão, apesar disso ser pouco provável...

Coloquei-o no sapote branco pois estava ali à mão e porque é frequente encontrar ali uns gafanhotos verdes. Mas o bicho tinha outras ideias. Assim que o soltei, ficou de olho em mim, sempre a tentar esconder-se, mesmo eu estando afastado uns metros. Aparentemente, têm boa visão. E assim que dei costas, aproveitou e escapuliu-se. Se calhar tinha um encontro nas amendoeiras e eu atrasei-o :-)

E já que este blogue é que frutas exóticas, este sapote branco (Casimiroa edulis) é uma planta frutífera que ainda é pouco comum por estas bandas e apenas conheço uma já com porte de árvore. Esta planta não aparenta mas tem vários anos já. É enxertada, presumivelmente da variedade Pike e já deu frutos uma vez. Tem crescido pouco porque, primeiro, passou vários anos num vaso. E depois porque porque é uma refugiada dos frios do Patacão. Esteve ali plantada uns 3 anos mas sofreu bastante com a valente geada de Janeiro deste ano. Perdeu alguns ramos mais finos e a casca estalou em vários sítios, pois quando foi apanhada pela geada estava em pleno crescimento devido ao tempo ter estado bastante temperado até à chegada súbita daquele frio tão intenso e invulgar. Porém, mesmo antes do frio a pobre já tinha sido danificada pois houve alguém que a cobiçou e tentou roubar. Felizmente, já estava bem enraizada e o sacana acabou por não a levar. Houve outras que não tiveram tanta sorte...(Talvez um dia haja motivo para registar essa história...)

Este sapote branco penso que agora estará no seu lugar definitivo, num lugar mais ameno, e onde creio que em breve irá voltar produzir os seus frutos. Ao seu lado está uma planta mais
jovem de uma espécie afim - o sapote "lanudo" (Casimiroa tetrameria).

sábado, 11 de julho de 2009

Acerola

A acerola é uma frutinha bonita e apetitosa, como se pode apreciar na fotografia adjunta. Parece uma cereja mas nem é parente, nem o gosto se parece. Tem um aroma próprio, que me recorda vagamente a maçã, com a qual combina muito bem sob a forma de sumo. Contudo, não é muito doce e se não estiver madura é bastante ácida, pois está carregada de vitamina C.

A acerola da fotografia é 100% portuguesa. Nascida este mesmo ano e, infelizmente, já falecida. Não resistiu aos ferimentos causados por um bípede que mesmo antes da fotografia já a cobiçava...

Temos aqui a prova que a acerola é pode ser cultivada, dentro de estufa, no sul de Portugal. Nessas condições, aguenta sem problemas os breves episódios de tempo mais frio que temos no inverno, quando a temperatura se aproxima do temido ponto de congelação, como ocorreu este ano em Janeiro.

Não é a primeira vez que esta planta dá fruto. Na verdade, começa a dar flor a meio da primavera e produz frutos até quase ao final de novembro. É uma planta generosa. O grande problema é que, para além dos bípedes, é muito cobiçada por afídeos. É preciso estar sempre vigilante. (Aliás, pode-se ver um junto ao pecíolo.)

Esta planta tem um clone, criado de estaca, que no verão passado foi plantado no exterior. Na altura já era um arbusto, de tamanho apreciável, que na estufa tinha carregado de frutos por diversas vezes. Mas a estufa tem um tamanho limitado e há espaço para uma acerola apenas, pelo que a segunda teve que ficar ao frio e à chuva. Por azar, o primeiro inverno no exterior foi um dos piores dos últimos anos.

Esta história, porém, ainda não acabou. A valente acerola, apesar de ter perdido todas as folhas e os ramos mais finos, voltou a despertar em Março, que este ano até foi um pouco mais quente que o normal, como que para compensar o frio de Janeiro. Hoje está bastante bonita e viçosa. O melhor é que já tem algumas flores que com sorte irão formar frutos nas próximas semanas...

Assim, parece poder dizer-se que, mesmo no exterior, há algumas hipóteses de cultivar a acerola no Algarve...

Era uma vez um blogue sobre frutas...

Já deve haver uns bons 7 ou 8 anos que me interesso por frutas, frutas exóticas sobretudo...

Foi uma paixão que surgiu quando tive oportunidade de visitar um pequeno pomar de líchias, aqui mesmo ao lado, a caminho de Huelva, no Sul de Espanha.

Eu já conhecia as líchias, mas como eram importadas de sítios distantes e tropicais como Madagáscar ou Moçambique, imaginava que não seria possível cultivar essas delícias, aqui, tão longe do equador.

Recordo que nessa visita, eu ia um bocado incrédulo. Achava que devia ser engano, e só quando pude ver as árvores carregadas de frutos, é que fiquei convencido. Mais convencido fiquei, quando as pude provar e elas mostraram ser senão mais deliciosas que as importadas!

Foi uma revelação. Uma revelação que me levou a tentar saber que outras frutas, ainda desconhecidas para mim, poderia haver por esse mundo fora...

E não é que eram muitas mesmo!

Claro que a fase seguinte foi tentar saber se seria possível cultivar essas raridades aqui...

Da curiosidade à obsessão foi um passo, pois um sucesso faz esquecer uma dezena de fracassos...

Este blogue irá continuar esta história e relatar os sucessos e os numerosos fracassos...